Foi num "passeio" pelo Facebook, depois de jantar, que me deparei com um texto no mímino "parvo".
Alguém considera "parvos" os recém-licenciados que não conseguem emprego? Alguém considera "parvo" um estudante que trabalha dia e noite para conseguir terminar um curso? Algum de vocês acha "parvo" aquele que se sente obrigado a fazer um estágio não remunerado, na esperança de conseguir um futuro profissional mais promissor graças à experiência adquirida? Não consideram escravidão trabalhar à noite para conseguir suportar os gastos de um estágio diurno não remunerado, a tempo inteiro, pois não?
Bem, pelos vistos Isabel Stilwell pensa mesmo assim... Tanto pensa que fez questão de publicar um artigo "parvo" sobre a geração "parva" da qual nós, os ditos "parvos", fazemos parte. Para quem não sabe, esta senhora é diretora de um meio de comunicação social; melhor que ninguém deveria ter conhecimento de causa...
“Acho parvo o refrão da música dos Deolinda que diz «Eu fico a pensar, que mundo tão parvo, onde para ser escravo é preciso estudar». Porque se estudaram e são escravos, são parvos de facto. Parvos porque gastaram o dinheiro dos pais e o dos nossos impostos a estudar para não aprender nada.
Já que aprender, e aprender a um nível de ensino superior para mais, significa estar apto a reconhecer e a aproveitar os desafios e a ser capaz de dar a volta à vida.
Felizmente, os números indicam que a maioria dos licenciados não tem vontade nenhuma de andar por aí a cantarolar esta música, pela simples razão de que ganham duas vezes mais do que a média, e 80% mais do que quem tem o ensino secundário ou um curso profissional.