domingo, 27 de fevereiro de 2011

Experiências: Por terras de Baião...

Porque ser estudante é aprender e porque ser jornalista é ter vontade de ir mais longe, hoje tenho uma aventura para vos contar! Uma aventura vivida na primeira pessoa, na companhia da minha colega Milene Fernandes, na tentativa de obter uma entrevista exclusiva para realizar um trabalho no âmbito do nosso mestrado em Jornalismo. Neste momento,  aguardamos autorização para a divulgar. Até lá, aqui têm a nossa história :)

António, vencedor da 1.ª edição da Casa dos Segredos
Em Portugal, os reality shows, talk shows e programas do género continuam a conquistar o topo das audiências, ano após ano, independentemente da temática do programa. O povo português gosta de ouvir os "outros", de saber o que os "outros" têm para contar, de saber da vida dos "outros"... Talvez por isso mesmo a primeira edição do Secret Story em Portugal tenha atingido tamanho sucesso. O fenómeno "Casa dos Segredos" invadiu lares de famílias e conversas de café nos últimos três meses do ano passado. Direta ou indiretamente, qualquer lusitano ouviu falar do programa. 



Milhões especularam sobre os segredos dos concorrentes enquanto outros milhões discutiam comportamentos, reprovavam atitudes, defendiam a honra das suas localidades, colavam-se à caixinha mágica assistindo às peripécias de António, Vera, Ivo, Ana Isabel, Joana, Hugos e companhias. Confesso que aquando do início do reality show, as minhas expectativas eram muito baixas. Involuntariamente, comecei a assistir mais frequentemente, diversas horas por dia (com aquele canal da MEO!). Bem, quando dei por mim estava vidrada no programa e naquelas histórias (verdadeiras ou falsas) de vida. Foi com muito agrado que recebi o anúncio da vitória de António, concorrente natural de Baião, excelente jogador e com um grande coração.

Parte do itinerário até Baião
Esta é  a contextualização necessária à nossa aventura! António, para alguns David, tornou-se nacionalmente conhecido e, como tal, alguém interessante para entrevistar. Após vários contactos inúteis, chamadas perdidas e telefonemas em vão, eis que conseguimos falar diretamente com António. Agendada a entrevista para as 15:00h do passado domingo (dia 20), foi com entusiamo e cheias de expectativas que partimos rumo a Baião guiadas por uma voz feminina de pronúncia duvidosa. Devido a um imprevisto ainda em Chaves (na minha terra de partida), estávamos atrasadas, muito atrasadas! Ligámos ao nosso entrevistado a avisar do referido atraso e ele informa-nos que, sendo assim, apenas estaria disponível por volta das 22:30h. Não hesitámos e seguimos viagem, conscientes do rumo que a nossa aventura iria tomar: uma tarde inteira num sítio desconhecido, sob chuva que teimava em cair de dez em dez minutos, terminando com uma viagem noturna pelo meio do desconhecido...

Por curvas e cruzamentos de bradar aos céus, a viagem foi repleta de interjeições de ansiedade e nervosismo. Foi o nosso primeiro trabalho com um caráter mais profissional, era normal! Após uma longa e estonteante viagem por meio de locais aparentemente inexplorados, Baião surge para nossa plena satisfação!

A fazer turismo :)
Ainda a fazer turismo :)
Os primeiros minutos naquela terra foram de autêntico deslumbramento! E digo deslumbramento porque não imaginávamos que Baião fosse um local tão bonito e desenvolvido! Cheias de fome, estacionamos perto do primeiro café que encontrámos e logo aí tirámos uma importante conclusão. A pronúncia de António é mesmo característica de Baião. Após as barreiras linguísticas enfrentadas para conseguir uma tosta mista e uma torrada, iniciámos o nosso passeio pedestre de reconhecimento da área. Munidas de máquinas fotográficas, desfilámos pelas ruas de Baião, registando fotograficamente cada movimento. Foi a forma encontrada para passar o tempo... Contudo, a chuva teimou em não nos deixar prosseguir com o nosso roteiro turístico de descoberta e fomos obrigadas e obter abrigo no Intermarché, onde as pessoas nos olhavam fixamente como se fossemos habitantes de outro planeta. Num meio onde todos se conhecem, caras novas não passam despercebidas...

Deliciosas sobremesas de Baião!
A chuva parou e nós aproveitámos aquele período de tréguas para capturar algumas imagens de pintura para a posterior edição multimédia da nossa entrevista vídeo. Entre brincadeiras, enganos e umas canções parvas à mistura, quando demos por nós era noite e os relógios apontavam hora de jantar. Bem, apesar do local ser desconhecido, já tínhamos o nosso restaurante escolhido: "Churrasqueira, Restaurante e Pizzaria Fonte Nova". Desejosas por nos deliciarmos com uma bela pizza de Baião, fomos surpreendiadas pela falta de escolha: aquela pizzaria, restaurante e tal tinha apenas uma pizza! Contudo, uma pizza absolutamente divinal, seguidas de umas sobremesas de literalmente comer e chorar por mais e com um atendimento excelente, repleto de simpatia e boa disposição! Após a refeição, acompanhadas com um belo Licor Beirão, definimos os últimos pormenores daquele que seria o momento alto da nossa viagem a Baião. Revemos as questões que colocaríamos, cortamos, adicionamos, trocámos, até sermos interrompidas pela chamada do nosso entrevistado, solicitando a nossa presença no local onde se encontrava a terminar o seu jantar.

A gravar a introdução à nossa entrevista.
Mais uma vez, com a voz feminina de pronúncia duvidosa a guiar o caminho, lá fomos nós pelo meio do desconhecido, de portas trancadas, até ao magnífico restaurante "O Alpendre". Nesse momento, foi o culminar de toda ansiedade que teimou em não nos largar o dia inteiro! Fomos gentilmente recebidas pelo Sr. Pinto, proprietário do referido restaurante, homem de uma aparência bastante simpática e acessível. Entramos e logo à nossa direita estava aquele que procurávamos encontrar depois de longas horas de espera: o António! Ali estava ele, sorrindo para nós enquanto terminava o seu jantar.
Montagem do material para a entrevista.
Definição dos ângulos de filmagem.
A partir desse momento foi apenas preparar o material e esperar pacientemente que o nosso entrevistado terminasse a sua refeição. Câmaras, microfone, perguntas, ação! Foram 30 minutos de entrevista seguidos de uma hora de animada e descontraída conversa. António, sempre disponível para responder a qualquer dúvida ou questão, foi extremamente simpático, partilhando opiniões, relatandos acontecimentos, contando experiências...  Encantou-nos essencialmente pela sua simplicidade, pelo seu olhar sincero e sua simpatia! No final, concordou com uma fotografia a três e deixou a promessa de uma visita à Utad. 

Parte da entrevista.




António durante a entrevista.
  Passava já da meia-noite quando abandonamos Baião, aquela terra que de desconhecida passou a deslumbrante, rumo a Vila Real, por caminhos escuros e aparentemente inexplorados, novamente de portas trancadas e com pensamentos assustadores provocados pela escuridão. Depois de algumas batatas fritas e uns sumos pelo caminho, eis que chegamos ao nosso destino, eram quase duas horas da madrugada.


 
No final, com o entrevistado.
Felizes, realizadas e cheias de vontade para seguir o nosso sonho em busca do nosso cantinho no mundo do jornalismo!!! :)

1 comentário:

  1. Que acrescentar mais? Já disseste tudo. :)
    O relato da nossa aventura por terras de Baião não poderia estar melhor!

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